terça-feira, 10 de novembro de 2015

Discoespondilose deformante em onça-parda



A onça-parda, também conhecida como suçuarana, é um felino de grande porte com coloração variando do marrom-acinzentado mais claro ao marrom-avermelhado mais escuro, com a ponta da cauda preta, podendo também apresentar uma linha escura na extremidade dorsal.
Na subespécie P. c. greeni, a coloração clara é mais característica. A espécie ocorre em grande diversidade de biomas, de áridos desertos a florestas tropicais, do nível do mar até 5.800 m de altitude. O comprimento total para a espécie varia entre 140 e 230 cm, sendo que a cauda representa cerca de 35% deste total. O peso para animais adultos varia entre 34 a 48 kg para fêmeas e de 53 a 72 kg para machos. O tamanho corporal pode variar de uma região para outra, de acordo com a disponibilidade de presas e a simpatria com outros carnívoros. Possuem corpo alongado, a cabeça pequena, pescoço e cauda longa, membros inferiores e posteriores muito fortes, orelhas pequenas, curtas e arredondadas, possui muita agilidade podendo pular cerca de 5,5 m. Tem hábito crepuscular-noturno e é um dos carnívoros mais generalistas, apresentando uma dieta variada, predando desde pequenos mamíferos, répteis e aves, até presas maiores, como capivara, tamanduá, porcos-do-mato e veado, além de animais domésticos, como eqüinos, ovinos, bovinos e suínos. Alimentam-se em natureza de vários animais, como roedores, ungulados como veados, aves e lagartos. Estima-se que a freqüência com que matam para comer varia de um veado a cada 3 dias para as fêmeas com filhotes e de um veado a cada 16 dias para indivíduos adultos solitários. Na América do Sul, os nascimentos acontecem entre fevereiro e junho.


DISCOESPONDILOSE DEFORMANTE EM ONÇA PARDA (Puma Concolor Linnaeus, 1771) - RELATO DE CASO

Esse artigo foi feito por um grupo de estudiosos e especialistas em Uberlândia, onde avaliou uma onça-parda no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Uberlândia, que apresentava prostração e paralisia dos membros pélvicos. Foram feitos vários exames como de urinálise e hemoparasitas, que diagnosticaram a presença de discoespondilose. Tanto animais domésticos como silvestres podem desenvolver doenças como dermatites piogênicas, endocardite valvular, doenças dentarias que, se não tratadas podem progredir para discoespondilose (SEIM et al, 2002). É uma infecção do disco intervertebral, onde os microrganismos mais comuns são: Staphylococcus aureus e Staphylococcus intermedius.

Staphylococcus aureus

Staphylococcus intermedius

Essas bactérias causam uma deformação na coluna que atinge a medula comprometendo o sistema nervoso central levando a paralisias de vários graus, diminuição do tônus da cauda, do esfíncter anal e descontinência urinária.
São bactérias esféricas do grupo cocos gram-positivo, são patogênicas que podem causar uma infecção simples como espinhas, celulites e furúnculos ou uma grave infecção, como pneumonia, meningite e outras. Liberam toxinas cuja atividade destrói as células do corpo.
O caso ocorreu com uma onça parda macho, com 14 anos de idade, pesando 65 kg, proveniente do Zoológico Municipal do Parque do Jacarandá, da cidade de Uberaba. O animal apresentava andar cambaleante a um mês e 10 dias. Foi submetido a exames, dentre eles o raio x da coluna vertebral onde notou-se o desalinhamento, sendo então, encaminhado à cirurgia para a realização de uma hemilaminectonia em L2 e L3.



Imagens da coluna vertebral de onça parda após a cirurgia. Pinos de Steinmann numero 2 presos nos processos espinhosos das vértebras lombares. 


Referências Bibliográficas

CHAGAS, R. G; SANTOS, A. L.Q; FERREIRA, C. G; SILVA, J.M;  FARIA, M. A. R; PEREIRA, P. C; VIEIRA, L. G; SOUZA, A. G; SILVA, J. M.M; KAMINISHT, A. P. S; HIRANO, L. Q. L. Discoespondilose deformante em onça-parda (Puma concolor, Linnaeus, 1771) Relato de um caso. Biosci. j., Uberlândia, v. 21. n. 2. p. 123-129. Mai/Ago 2015.

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